A Vigilância Municipal de Zoonoses se reuniu no início de fevereiro para discutir e apresentar dados que revelam “agravo endêmico” para leishmaniose em Barra do Garças. Segundo levantamento de registros entre 2019 e 2022, todos os bairros do município tiveram cães positivos nesse período, o que mostra recorrência da doença.
Os dados referentes aos últimos quatro anos apontam para uma endemia da doença no município. Ou seja, ela tem considerável incidência relativamente constante em Barra do Garças, mas não chega a ser uma epidemia, quando o número de casos supera o esperado para aquela região e período.
A leishmaniose é transmitida pelo flebotomíneo, um inseto conhecido como mosquito palha. Ele transporta o protozoário causador da doença ao picar um hospedeiro e em seguida um indivíduo sadio.
Nas cidades os hospedeiros do agente infecioso podem ser cães, gatos e seres humanos.
O mosquito palha se reproduz em matéria orgânica em decomposição, por isso, sua propagação depende, em grande parte, dos cuidados com a limpeza do quintal de casa. Locais de criação de galinhas ou porcos também são possíveis criadouros do mosquito.
Recomenda-se manter o ambiente limpo, sem folhas, galhos secos e outros materiais orgânicos, além de realizar a poda das árvores com frequência, deixando a luz solar entrar e evitando a umidade excessiva no quintal.
Outra medida para o controle da leishmaniose é o uso de coleiras repelentes. Esse acessório impede que o mosquito se aproxime e inocule o protozoário no animal.
Nas cidades, é importante que haja a adoção de medidas, como o combate ao abandono de animais e o controle populacional por esterilização, já que o aumento no índice de cães e gatos em situação de rua contribui com a proliferação da doença. A limpeza urbana também é um serviço essencial para o combate ao flebotomíneo.
No Brasil, uma vacina contra a leishmaniose visceral canina é comercializada, com resultados para o controle da doença nos cães. Mas ainda não há estudos sobre os efeitos do uso do imunizante na redução dos índices de leishmaniose visceral em humanos. Por isso, ela não é utilizada pelo Ministério da Saúde como ferramenta de Saúde Pública.