A Gestão Ambiental BR-070 realizou, no final de maio, a oitava campanha para o Programa de Monitoramento de Qualidade de Água, da obra do Contorno Rodoviário de Barra do Garças. A análise trimestral da água dos rios Araguaia e Garças busca verificar possíveis interferências do empreendimento na qualidade desses mananciais.
Além da verificação da temperatura da água, são coletadas três amostras em cada rio (abaixo, a jusante e a montante das pontes do contorno). Os resultados de 18 parâmetros geram o Índice de Qualidade de Água (IQA).
Na última campanha, os técnicos da gestão navegaram 60 km no Araguaia e no Garças, a fim de observar mais impactos provocados por atividades humanas, em torno dos rios. No diagnóstico, foram incluídas a ocorrência de processos erosivos nas margens, assoreamento, plantio de pastagens e alterações nas matas ciliares.
O Monitoramento de Qualidade da Água é um dos 17 programas ambientais, previstos no Plano Básico Ambiental, executados pela Gestão Ambiental da obra do Contorno Rodoviário de Barra do Garças. O serviço é contratado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), na fase de construção do empreendimento.
Resultados
As análises das últimas amostras ainda não foram emitidas pelo laboratório, mas ao avaliar as campanhas anteriores é possível perceber variações na qualidade da água, influenciadas pelos períodos em que houve cada coleta. Dos sete monitoramentos realizados, quatro apresentaram valores para coliformes termotolerantes e turbidez acima dos limites permitidos pela resolução do Conama nº 357/2005.
Coliformes termotolerantes, também conhecidos como coliformes fecais, são bactérias presentes no intestino de humanos e de outros animais quentes. Já a turbidez diz respeito à quantidade de sedimentos (grãos de areia e outros materiais) presente na água.
Essas alterações foram observadas em amostras coletadas nos meses de dezembro de 2018, março de 2019, dezembro de 2019 e março de 2020. Os resultados destes períodos indicaram IQA médio ou ruim para as coletas analisadas.
Ao observar os meses das coletas, é possível apontar que as chuvas na região, comuns entre dezembro e março, estariam influenciando os resultados com o carreamento de contaminantes para dentro do rio. Nos demais períodos analisados, quando o clima é de estiagem, os parâmetros de coliformes e turbidez têm se mantido dentro dos limites legais, levando à classificação “bom” do IQA.
Um dos parâmetros que também se mostrou acima dos limites em cinco, das sete campanhas, foi o relativo ao nível de óleos e graxa. Mas este não parece ter influência do clima, já que a alteração foi observada tanto em meses de chuva, quanto nos de seca.
A falta de saneamento e a existência de propriedades pecuárias próximas aos rios são fatores que podem ter influência sobre os níveis de coliformes fecais. Outra interferência pode estar associada às muitas cidades a beira dos leitos, onde por exemplo, pode haver a ocorrência de descarte de esgoto clandestino em redes fluviais.
Já a turbidez da água pode ser explicada pela alteração nas matas ciliares ou mesmo a ausência delas. Essas estruturas vegetais, além de segurar as margens do rio, funcionam como filtros para a carga de sedimentos que é escoada pelas chuvas. As matas também são barreiras para a poluição escoada das cidades e das atividades pecuárias.
Na obra do Contorno Rodoviário de Barra do Garças, o Dnit já toma medidas para evitar a poluição dos rios. Entre elas, há o gerenciamento de resíduos sólidos, a disponibilização de banheiros químicos nas frentes de obra, o uso de kits de emergência para o derramamento de óleo e a destinação de resíduo orgânico para a coleta municipal.
Para inibir o escoamento de sedimentos aos rios, a autarquia faz a recuperação das áreas degradadas que margeiam os leitos, com plantios.
É importante que a população use apenas a água tratada, distribuída pela rede de abastecimento. Na temporada de praia da região do Araguaia, entre os meses de julho e agosto, a água tem mostrado resultados positivos, com IQA classificado em “bom”.
A ligação de esgoto em galerias de drenagem pluvial não é permitida e o Dnit orienta a comunidade para que não realize ligações clandestinas na drenagem da rodovia, em fase de construção no trecho do Contorno Rodoviário de Barra do Garças. A autarquia ainda pede que a população faça adequadamente a gestão de seus resíduos sólidos, evitando o descarte inadequado de lixo e a consequente poluição do meio ambiente.
2 Comentários
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Poderiam divulgar as áreas que estão fazendo a recuperação das areas degradadas. Com divulgaçao desse trabalho possa haver um estímulo a população prta conservação do meio ambiente.
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Autor
Olá! Obrigado pelo comentário. Publicamos semanalmente matérias no site Gestão Ambiental BR-070 e postamos conteúdo também em nossas contas do Facebook, Instagram e Twitter. Com certeza, a recuperação das áreas degradadas será um dos temas ainda tratados pelos nossos canais de comunicação.
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