Monitoramento de Fauna estuda populações de animais que cercam Contorno Rodoviário

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Monitoramento de Fauna estuda populações de animais que cercam Contorno Rodoviário

A Gestão Ambiental BR-070 realizou, em maio, a primeira campanha do Programa de Monitoramento de Fauna e Bioindicadores, no trecho do Contorno Rodoviário de Barra do Garças. O estudo busca identificar as populações de animais que cercam a extensão do contorno, a fim de prever medidas que reduzam os impactos do empreendimento à fauna.

O monitoramento é a continuação do levantamento de fauna realizado para o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/Rima) da obra. A Gestão Ambiental quer identificar o tamanho das populações de animais, como elas estão constituídas e como estão espalhadas pelo trecho da rodovia.

A campanha ocorreu durante dez dias, nos quais foram observados cerca de 10 km a partir de todo o eixo da obra. Em horários distintos do dia e da noite, os biólogos registraram espécies de peixes, aves, répteis, anfíbios e mamíferos.

“Cada bicho você vai caracterizar, vai medir, ver se é macho, se é fêmea, e assim você vai formando essas populações”, explica o biólogo Thiago Oliveira Barros.

“A gente quer saber o tamanho dessas populações e como elas estão distribuídas ao longo do empreendimento. Sabendo isso e monitorando elas, a gente consegue propor medidas para que os impactos desse empreendimento sejam minimizados.”

Biólogos responsáveis pelo Programa de Monitoramento de Fauna e Bioindicadores

A influência da Floresta Amazônica, em contato com o Cerrado, garante a riqueza da biodiversidade local. Outro fator é o encontro de dois grandes rios, o Araguaia e o Garças. Segundo Thiago, essas condições fazem com que a região seja uma área de significativa “entrada de energia”, o que propicia o habitat de grandes mamíferos, por exemplo.

“Encontramos desde tatus, pacas, cutias a, consequentemente, grandes mamíferos, antas, onças. Poucos locais no Brasil tem essa estrutura para manter populações de grandes felinos tão estáveis. É bem comum a gente achar pegada de onça e jaguatirica. A gente avistou jaguarundi, que é o único felino diurno.”

Há também na região, animais endêmicos, como o Leptodactylus roncador, um tipo de sapo, entre outros. De acordo com o biólogo, a onça-pintada da região, apesar de não ser propriamente uma espécie diferente, se distingue da encontrada na Amazônia. O cachorro-vinagre é outro animal com registro no leste mato-grossense, mas há muitos anos não avistado.

“É uma área sensível, com animais que são considerados vulneráveis”, destaca.

Para registrar as espécies, a Gestão utiliza o avistamento direto, armadilhas fotográficas distribuídas ao longo do trecho, e o avistamento indireto, através de pegadas fezes e outros vestígios deixados. “Tentamos ser o menos invasivo possível, então evitamos a captura”, afirma o biólogo.

As informações coletadas definirão quais medidas devem ser tomadas para garantir a segurança da fauna. Dependendo dos resultados, interferências como passagens de fauna e pontos de redução de velocidade podem ser aplicadas. A própria arte das pontes pode ser adaptada para dar continuidade ao trânsito dos animais.

Sobre Gestão Ambiental BR-070

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