Nascentes são as principais fontes das águas superficiais e equilibram os ecossistemas. Foto: André Borges (Agência Brasília)
As nascentes, também conhecidas como cabeceira, olho-d’água ou fonte, se constituem como a origem dos cursos d’água, resultado do afloramento das águas subterrâneas para a superfície, que formam lagos, córregos e rios. Elas são importantes para o ciclo hidrológico, devido a ligação entre as águas subterrâneas e superficiais. Logo, a proteção desse recurso é primordial à manutenção dos ecossistemas e do abastecimento para uso humano.
Os reservatórios subterrâneos (aquíferos, lençóis freáticos e bolsões d’água) são formados pela água da chuva que infiltra na superfície e se acumulam em uma região mais impermeável do interior do solo. Em determinado ponto, essa água acaba emergindo devido ao acúmulo, por diferença de pressão, erosões ou pelos movimentos das placas tectônicas. Ao brotar na superfície, a água forma lagos ou é escoada superficialmente, em função das depressões do terreno, formando córregos, riachos e rios.
Mas esse processo só funciona bem se as condições forem favoráveis. Para que as nascentes estejam equilibradas, o solo precisa ser permeável, ou seja, possuir boas condições de infiltração e ter uma baixa taxa de evapotranspiração para que não haja perdas de água. Por isso, a vegetação em torno desse afloramento de água é a responsável pela garantia dessas características.
Enquanto as plantas capturam água e outros nutrientes da terra, elas ajudam a manter sua consistência, porosidade e hidratação, protegendo-o das ações do clima com as copas e com a deposição de camadas de matéria orgânica sobre a superfície.
A vegetação impede que a própria chuva entre em atrito direto com o solo, evitando erosões e a deterioração. As árvores também protegem a nascente do sol e do vento, para que não haja uma evaporação excessiva da humidade e o consequente ressecamento da terra.
Por isso é importante preservar a vegetação ciliar das nascentes. Em torno dessas áreas, de acordo com o Código Florestal Brasileiro (Lei nº 12.651, de 25/05/2012), deve-se determinar a Área de Preservação Permanente (APP) com uma largura de no mínimo 50 metros. Em propriedades rurais, é recomendado que os proprietários cerquem suas nascentes, para evitar que elas sejam pisoteadas pelo gado, o que causaria a compactação do solo e bloquearia a saída de água.
Salvar as nascentes, que são as principais fontes de abastecimento das águas da superfície, é uma forma eficiente de conservar a água e garantir a vida e a saúde das pessoas e dos ecossistemas.