Aedes aegypti é capaz de transmitir Dengue, Chikungunya, Zika e Febre Amarela. Foto: Pixabay
Malária, Dengue, Leishmaniose, Febre Amarela e Doença de Chagas são enfermidades infecciosas que possuem em comum a forma de transmissão. Essas cinco doenças estão entre as que são transmitidas pelos chamados vetores, organismos capazes de transportar microrganismos de pessoa para pessoa ou entre animais.
Existem muitas espécies de vetores de doenças e os mais conhecidos deles são as moscas e mosquitos. Alguns desses insetos são hematófagos, ou seja, eles se alimentam do sangue de humanos e de outros animais. Quando picam uma vítima infectada, capturam parasitas e protozoários e acabam transmitindo-os para outros hospedeiros ao fazerem uma nova refeição.
Mas há também vetores com ciclos diferentes de transmissão. O Trypanosoma cruzi, protozoário causador da Doença de Chagas, é transmitido pelas fezes do barbeiro (triatomíneo). Ao picar uma pessoa, o inseto deposita suas fezes na região. A vítima provoca o contato do protozoário com sua corrente sanguínea ao coçar o local da picada.
Vetor sem seu respectivo parasita não causa a doença. Se uma pessoa é picada por um Aedes aegypti, mas o inseto não é a fêmea da espécie e não está infectado com os vírus da Dengue, Zika, Chikungunya ou Febre Amarela, não há risco.
Se um barbeiro é encontrado, o mais indicado é capturá-lo com a ajuda de luvas ou sacolas plásticas para proteger as mãos e levá-lo até um centro de zoonoses, vigilância ambiental ou em saúde. Assim a espécie será reconhecida e testada para o protozoário Trypanosoma cruzi. Se o inseto está infectado é um indicativo de que há um foco da doença no local onde ele foi encontrado.
Conheça algumas doenças transmitidas por vetores
Dengue, Chikungunya, Zika
As três doenças são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti e possuem sintomas parecidos, como dor de cabeça, nas articulações e nos ossos, febre, manchas vermelhas no corpo, entre outros. A Dengue é a mais grave e registrou, em 2019, no Brasil, 1.544.987 casos, com 782 mortes, segundo o Ministério da Saúde. Zika e Chikungunya tiveram 10.708 e 132.205 ocorrências respectivamente, com 3 e 92 mortes, cada uma. Uma das preocupações da Zika, embora seja a menos frequente das três enfermidades, é a transmissão da gestante para o feto, causando microcefalia.
Febre amarela
Os principais sintomas da Febre Amarela são febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. Em casos graves, a doença causa insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço. Pode levar a morte entre 7 a 10 dias.
A transmissão pode ocorrer entre macacos, entre humanos e do macaco para o humano, mas depende dos mosquitos Haemogogus e Sabethes (silvestre) e Aedes aegypti (urbano). No Brasil, as regiões mais vulneráveis são as de zona rural e áreas florestadas, pois o ciclo de transmissão mais comum no país hoje é o silvestre. Desde 1942, não há surtos de Febre Amarela urbana, transmitida pelo Aedes aegypti, em território nacional. Além das comunidades rurais, o risco se apresenta às pessoas que trabalham próximas a matas ou que visitam essas regiões. Segundo o Ministério da Saúde, entre 2017 e 2018, foram registrados 2.168 casos. Já no período de 2018 para 2019, o número foi de 682.
O controle da proliferação do Aedes aegypti garante que não haja surtos urbanos da Febre Amarela e das demais doenças transmitidas pelo vetor. Na zona rural, a preservação dos macacos é importante, uma vez que a mortandade observada desses animais ajuda a identificar focos da doença.
Malária
O parasita responsável por provocar a Malária é transmitido pela picada do mosquito Anopheles, se este estiver infectado. Na corrente sanguínea, o microrganismo se reproduz e causa febre, dor de cabeça, calafrios e vômito. Se não tratada devidamente, o quadro evolui para sua forma grave que pode levar à morte.
No Brasil, a maioria dos casos de malária se concentra na região Amazônica. Nas zonas mais vulneráveis, recomenda-se dormir em mosquiteiros tratados com inseticida e fazer pulverização das paredes internas das residências com o produto.
Leishmaniose
A doença é causada por um parasita que se reproduz nas células de defesa, transmitido pelo flebotomíneo, pequena mosca conhecida como mosquito palha. Esses insetos se reproduzem em locais úmidos, com a presença de matéria orgânica, como lixo, chiqueiros e galinheiros.
Há dois tipos da doença. A leishmaniose tegumentar caracteriza-se pelo surgimento de feridas pelo corpo, na boca e no nariz. Já a leishmaniose visceral ataca órgãos internos, como o baço, o fígado e a medula óssea, causando febre, anemia, palidez, falta de apetite, perda de peso e inchaço no abdômen.