Seriema caminha à margem do trecho do Contorno Rodoviário de Barra do Garças, em Pontal do Araguaia. Local registra travessia de animais silvestres
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) monitora a região do Contorno Rodoviário de Barra do Garças, na BR-070/MT, identificando os pontos de maior incidência de atropelamento de animais silvestres e as espécies mais afetadas pelo tráfego. O registro dessas informações é importante para a determinação de medidas de mitigação, caso sejam necessárias.
Ameaça de acidente a fauna silvestre ocorre porque esse tipo de empreendimento causa alterações no ambiente como fragmentação e efeitos de bordas, o que induz as espécies a novos comportamentos. O fato de a rodovia fragmentar o habitat de algumas espécies, interceptando o seu deslocamento natural é uma das mudanças geradas. O outro efeito nos hábitos da vida silvestre se deve à disposição de alimentos ao longo das vias, através de lixo jogado pela população, ou até mesmo à presença de carcaça da fauna atropelada, que atraem outros animais detritívoros como, por exemplo, o urubu.
Diante desses aspectos, em caso de alto índice de atropelamento, pode ser necessária a disposição de passagens de fauna, para desviar a travessia das espécies, e placas que alertem e chamem a atenção dos condutores à possibilidade de animais na pista.
Como é feito o monitoramento de fauna atropelada?
O Programa de Monitoramento e Controle do Atropelamento de Fauna (clique para saber mais) é uma atividade mensal, que ocorre durante todo o período de instalação da rodovia e também nos primeiros 6 meses da fase de operação, quando as obras forem entregues e liberadas para o tráfego.
A equipe de monitoramento percorre todo o trecho que compreende a região do Contorno Rodoviário de Barra do Garças, além das vias de acesso e estradas utilizadas para a construção do empreendimento, por no mínimo 3 dias a cada mês.
Cada espécime atropelado, encontrado nessas áreas, é identificado, fotografado e registrado. A carcaça é removida para fora da pista, a fim de evitar que animais carniceiros sejam atraídos e sujeitos a atropelamento.
O trabalho prioriza o registro de atropelamento de mamíferos e animais de grande porte. Para oferecer a dimensão dos efeitos na biodiversidade, o monitoramento identifica os grupos faunísticos de maior risco e a ocorrência de atropelamentos de animais raros, endêmicos ou ameaçados de extinção.
Os dados gerados servem de subsídios para a adoção de medidas que devem reduzir os impactos à fauna.